Escondido nas profundezas do Vale do Rift da Etiópia, existem lagos hipersalinos únicos que abrigam uma façanha notável da natureza: uma rocha que flutua. Conhecido como Dallol, esse deserto árido é um caleidoscópio geológico, onde nascentes de águas termais coloridas e fumarolas fumegantes criam um cenário surreal.
Em meio a esse ambiente extraordinário, repousa uma formação rochosa extraordinária chamada Erta Ale. Essa montanha vulcânica em escudo é o lar de um lago de lava persistente, o único atualmente em atividade no mundo. Mas além desse espetáculo vulcânico, existe uma curiosidade ainda mais intrigante: um pedaço de rocha vulcânica que desafia a gravidade.
Essa rocha flutuante, conhecida como Floating Stone, é um enigma geológico. Suspensa em um pequeno lago hipersalino a cerca de 50 metros do lago de lava, ela paira precariamente alguns centímetros acima da superfície da água. A salinidade extrema do lago, cerca de 10 vezes a dos oceanos, cria uma densidade tão alta que a rocha não pode afundar.
A jornada da rocha flutuante começou milhões de anos atrás, quando erupções vulcânicas lançaram lava ao céu. À medida que a lava esfriava e se solidificava, formava-se essa rocha. Com o tempo, ela foi erodida e transportada pelas águas da chuva para o leito do lago. No entanto, ao contrário de outras rochas, essa rocha foi suspensa pela alta salinidade do lago.
Cientistas ainda estão tentando entender completamente o fenômeno da rocha flutuante. Uma hipótese é que a rocha contém pequenas bolhas de gás, que a tornam menos densa do que a água salgada. Outra possibilidade é que a superfície da rocha interaja com a água de uma forma que cria um efeito de repulsão, impedindo-a de afundar.
Seja qual for a explicação, a rocha flutuante de Erta Ale é uma maravilha geológica que cativa a imaginação. É um testemunho do poder extraordinário da natureza e um lembrete de que ainda restam muitos mistérios inexplorados em nosso planeta.
Além de sua notável flutuabilidade, a rocha também carrega consigo uma profecia local. A crença popular em Afar, o grupo étnico que vive na região, é que a rocha flutuante é um sinal de boa sorte. Dizem que enquanto a rocha permanecer flutuando, a paz e a prosperidade prevalecerão na região.
No entanto, preocupações surgiram recentemente sobre a longevidade da rocha flutuante. Nos últimos anos, o aumento dos níveis de água e a atividade sísmica na área levantaram preocupações de que ela possa ser submersa ou destruída. Se a rocha flutuante afundasse, seria uma perda significativa não apenas para o mundo científico, mas também para o povo Afar, que a considera um símbolo de esperança e prosperidade.
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